A mídia engana demais. Como exemplo, posso citar os casos de tiroteios
em escolas americanas, que são tratados como a coisa mais mortífera do
mundo. Se você pegar qualquer ano como exemplo, de 1995 até hoje, o
número de estudantes mortos em ataques como esses é menor que o número
de estudantes mortos por esforço excessivo nas práticas de educação
física.
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Em casa é a mesma coisa: quando uma criança morre por um disparo
acidental da arma de seus pais, vira notícia no mundo inteiro; mas não
há nem uma menção sequer às mortes por ingestão de produtos de limpeza,
que acontecem 90 vezes mais que as mortes com armas.
...
Muitas pessoas morrem pelo uso de armas, mas muitas mais vivem por causa
delas – as armas que matam são apenas as que estão nas mãos de
criminosos – e todo mundo sai pedindo seu banimento generalizado. Um
estudo recente da Universidade de Chicago sobre o uso defensivo de armas
mostrou que em 99% dos confrontos com criminosos a pessoa só precisa
sacar a arma para assustar o bandido e impedir o crime, e que menos de
0,1% dos crimes com armas de fogo foram cometidos por cidadãos que
possuem uma arma legalizada.
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Há dezenas de relatos de situações semelhantes, em que um civil armado
evitou diversas mortes ao abater um atirador; infelizmente eles são
deixados no limbo pelos jornalistas militantes do desarmamentismo. E as
zonas onde não se permite o porte oculto de armas curtas continuam sendo
os alvos preferidos dos maníacos, terroristas e malucos em geral.
Afinal, qual é a dificuldade de se infringir uma pequena proibição para
quem já planeja o pior dos crimes?
Flavio Quintela é escritor, jornalista e tradutor. É autor dos livros “Mentiram (e muito) para mim” e “Mentiram para mim sobre o desarmamento”.
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