O buraquinho estreito da Mortágua

Mortágua, a coqueluche do BE e filha de um pirata e pistoleiro cúmplice em assassinato, vive num buraquinho muito estreito.

O buraquinho é tão estreito que esta criatura quando vê sol acredita que faz bom tempo em todo o lado, quando vê nuvens acha o tempo triste e quando chove encontra um dilúvio universal. A esganiçada quer ir buscar o dinheiro a quem o acumula.

Ela acha que o melão que compra, o autocarro que apanha, a bicicleta que usa, o carro que guia, o computador que tem no escritório apareceram espontâneamente para lhe fazer a vontade. Acha que não houve investidores que reuniram capital e o utilizaram para produzir bens que submetem à aceitação ou não do mercado: se for aceite ganham se não for perdem. Pensará naturalmente a esganiçada que tudo é obra de tesos do tipo chapa ganha e chapa gasta que, como ela, tem salário garantido no banco quer trabalhe ou não, quer as suas ideias sejam úteis ou não (como são sempre).